MEU FILHO TEM INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA, E AGORA?

22/02/2013 01:54

Os dias foram passando, o ARTHUR cada dia mais guloso e cada dia mais gordinho! As crianças foram se adaptando ao novo bebê e ele se adaptando a tamanho barulho. A GUGU foi a que mais deu trabalho (outro bebê, tinha 1 ano e 8 meses), queria tomar na mamadeira do ARTHUR, queria sentar na cadeirinha dele, queria colo o tempo todo (detalhe só o colo da mãe), nada fora do esperado. O Matheus um fofo, não largava do irmão nem um minuto, ele me disse que aquele menininho ia ser pra sempre o melhor amigo do mundo (para uma mãe isso não tem preço!).

Chegou o dia de voltarmos a Curitiba (29-08-2012, níver da sogra), o médico já estava melhor e o ARTHUR com o peso que era preciso. Então dessa vez fui eu, minha sogra e o ARTHUR! Graças a Deus lá em Curitiba estávamos cercados de pessoas muito especiais, Tia Ana Zulmira e o Michel não sabiam o que fazer para nos agradar e nos apoiar.

Em Curitiba estava um frio...

Assim que chegamos ao consultório o Dr Amarantes nos falou que o que ele tinha a oferecer naquele momento era pouco, mas que ajudaria o ARTHUR se manter por mais algum tempo até ter tamanho suficiente para a cirurgia reparadora. Ele optou por fazer uma Ureterostomia no lado direito (o lado mais prejudicado). Internamos o ARTHUR pela manhã, no Hospital Pequeno Príncipe (referência no atendimento a crianças), o procedimento durou cerca de 30 minutos, muito rápido. Ele demorou um pouco pra voltar da anestesia, então fiquei com ele na sala de recuperação por mais de uma hora. Ficamos internados até o dia seguinte, então tivemos alta e assim poderíamos voltar para Cuiabá (isso já era 7 de setembro).

Assim que saiu da cirurgia

Ah... Durante a consulta o Dr. Amarantes falou que uma das Nefropediatras da sua equipe havia se mudado para Cuiabá, que era para procura-la o quanto antes.

Assim que chegamos a Cuiabá, a vida começou a voltar ao normal, voltamos para nossa casa, conseguimos uma secretaria nova (a minha pediu as contas quando fui ter o ARTHUR) e as crianças eram só sorrisos. Então comecei a procurar à nefro que havia mudado pra cá....passado três semanas e nada! Comecei a perceber que o Arthur estava mamando menos, dormindo muito, alguma coisa estava errada. Fui a Pediatra das crianças, ela pediu alguns exames para ver se era alguma doença de criança ou se era uma infecção urinária. No dia seguinte por obra de Deus Neto foi a uma consulta (para ver a dor na coluna) e quando ele olha no balcão da secretária, o cartão de visita da tão procurada nefropediatra! Liguei no dia seguinte pela manhã e por sorte um paciente havia desmarcado e então fui correndo para o consultório.

Chegando ao consultório contei a história do ARTHUR e levei todos os exames. Ela olhou com muito cuidado e pediu para examiná-lo, achou que ele estava muito frio (hipotermia, comum em bebês e idosos com infecção). Pediu que eu fosse fazer um ultrassom naquela tarde, pois os exames mostravam infecção e então ela queria saber a extensão dessa infecção.

Fui fazer o ultrassom com a Dra. Maria de Lurdes (indicação da nefro), durante o exame via na cara dela que a situação não estava boa, assim que terminou o exame ela pediu que eu aguardasse um pouco na sala de espera (longos 5 minutos), então ela se aproximou e disse para que eu ligasse imediatamente para Dra. Emanuelle (esse é o nome do anjo que Deus me mandou).

Fiquei encarando por uns 10 minutos o celular, naquele instante sentia medo do que estava por vir. Tomei coragem e liguei, a Dra. Emanuelle falou que a infecção era grave, que era para eu ir pra casa arrumar a malinha do ARTHUR e encontrá-la no Hospital Jardim Cuiabá para interná-lo. Meu mundo parou, ele estava fazendo dois meses naquele dia (04-10-2012), liguei pra minha mãe e só chorava! Fui pra casa arrumar as coisas, a família foi toda pra lá dar apoio.

Quando chegamos ao Hospital estavam nos esperando: a Dra Manu (já estávamos íntimas), o Neto e a Sandrinha (madrinha e minha melhor amiga). A Manu explicou que ele ficaria por 14 dias internado, que a medicação (cipro e fuconazol) para acabar com a infecção era muito forte e que poderia ter muitos efeitos colaterais (principalmente pela idade).

Graças a Deus ele respondeu muito bem ao tratamento, logo voltou a mamar normalmente, quase não chorava (levei a cadeira de balanço dele, ele adorava ficar sentado ali).

Até cochilava na cadeirinha de balanço (tia Cintia quem deu)

No quarto dia de internamento a Manu entrou no quarto com os exames que ele havia feito naquela manhã, dizendo que ele estava melhorando. Ela começou a me explicar um pouco mais sobre o problema do ARTHUR, então perguntei pra ela: o que realmente o ARTHUR tinha? Quanto tempo teríamos que fazer acompanhamento com ela?

Um minuto de silêncio e ela respondeu: "Fer o ARTHUR tem Insuficiência Renal Crônica, grau 3, juntas vamos dar o nosso melhor para que ele não precise de um Transplante....e com certeza eu irei ao casamento dele (em relação de quanto tempo ela seria médica dele)!

Ela foi chamada para uma emergência, comigo no quarto estava a Socorro (minha secretaria, outro anjo que Deus mandou), eu pedi que ela ficasse com o ARTHUR porque eu precisava digerir tudo aquilo. Foi o dia mais difícil da minha vida (enquanto escrevo não consigo conter as lágrimas), fui para casa e chorei copiosamente por duas horas seguidas, então lavei o rosto e pensei: "Agora chega de choro porque você tem 3 filhos que precisam muito de você"!

Quando voltei ao Hospital eu olhei para o ARTHUR e falei: "Deus sabe o que faz meu filho, você não poderia ter vindo em família melhor, sempre estaremos aqui por você". Tivemos alta com 7 dias, terminamos o ciclo do antibiótico em casa. Então passamos o dia das crianças em casa, agradecendo por estarmos juntos novamente! Ainda tem muita história para contar da vida do meu pequeno grande homem!