A aventura de ser mãe nos dias de hoje!


ALFABETIZAÇÃO

11/03/2013 17:03

            

    Esse ano o Matheus iniciou o PRÉ, um ano de extrema importância para as crianças, inicia-se a alfabetização propriamente dita. Os rabiscos tomam forma e sons, cada dia uma nova descoberta.É muito bom quando estamos na rua e ele vê um outdoor e fala "olha mãe é o G de gato".

                Tenho conversado com muitas mães que tem filhos da mesma idade, a ansiedade toma conta da maioria, o maior medo é que o filho não acompanhe a turma, tudo dentro do esperado. Temos que confiar na Escola e nos professores!!!

            Os neuropediatras dizem que o período para se alfabetizar não é fixo, vai dos 4 aos 7 anos, dependendo do desenvolvimento cerebral da criança. Antes da alfabetização, o cérebro deve passar por diversas fases, como a aquisição das noções de espaço e tempo e pela fase da coordenação motora fina.

             Um fator que muito contribui para a alfabetização é o incentivo que recebe em casa, dos pais. O ambiente influencia e desperta o interesse para a leitura e à escrita. Pais que dão, desde cedo, livros infantis aos filhos, lápis e papel para rabiscarem ou lêem histórias antes da criança dormir. Os pais devem ler e não apenas contar histórias. Ler é diferente de contar. Quando se lê a história com um livro, desperta a curiosidade da criança para saber o que aqueles riscos, no livro, significam. 

          Preciso dividir com vocês...em meio a toda preocupação e expectativa quanto a alfabetização do meu filho,  recebo um email do meu sogro sobre uma emenda parlamentar à 586, a qual foi rejeitada pela Cãmara, que reduzia de 8 para 6 anos a idade ideal para as escolas alfabetizarem as crianças. Me causou revolta e indignação!

     

  Segue abaixo o texto na íntegra (fonte: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/97572-desservico-a-educacao.shtml )

 

HÉLIO SCHWARTSMAN

Desserviço à educação

SÃO PAULO - A mais fantástica tecnologia humana não é o computador nem o velcro, mas a escrita. Se um pensador antigo como Platão podia vê-la com desconfiança, por imaginar que destruiria a capacidade de memorização, hoje, 2.400 anos depois, sabemos que não é assim.

Não apenas não existiria civilização, se não dispuséssemos de uma forma de registro perene das ideias, como ainda há indícios de que a alfabetização modifica fisicamente o cérebro, criando rotas de comunicação entre diferentes regiões do córtex e ampliando a memória verbal, como mostra Stanislas Dehaene em seu "Os Neurônios da Leitura".

O processo de alfabetização tem início já nos meses finais da gravidez, quando o feto vai se familiarizando com os ritmos e sons da língua materna, e só se encerra na adolescência, quando emerge um leitor tão experiente que mal presta atenção nas letras, processando-as em blocos e quase "adivinhando" o sentido das palavras. Entre os 5 e os 6 anos de idade, porém, ocorre uma fase crítica que precisa ser aproveitada. As crianças, que até então apenas memorizavam o formato de palavras especiais, como seus nomes, começam a perceber que a escrita alfabética envolve um jogo de sons. Está surgindo o que os especialistas chamam de consciência fonológica.

Embora os construtivistas não gostem, este é o momento em que o código alfabético precisa ser ensinado explicitamente, já que o processo de percepção dos fonemas não é automático nem natural. Deixar de fazê-lo atrasa e pode até comprometer a alfabetização, em especial a das crianças mais pobres, que já saem em desvantagem por terem sido menos estimuladas para a leitura.

Nesse contexto, a Câmara, com apoio do governo, prestou um desserviço à educação, ao rejeitar uma emenda à MP 586, que reduzia de 8 para 6 anos a idade ideal para as escolas alfabetizarem a garotada. Detalhe: a mudança só valeria em 2017.

 

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